A árvore dos tamboris



Os galhos do Timbó, uma árvore genuinamente brasileira que temos no sítio, carregam tamboris, centenas deles. O fruto do timbó repleto de saponinas venenosas parece um tamboril em formato de coração, um adufe ou tof botânico. Dentro do fruto, há sementes que balançam e produzem um som percussivo. As sementes também carregam medicina. Pesquisadores brasileiros descobriram que há nessas sementes medicinais substâncias capazes de deter o mais agressivo dos cânceres de mama, o câncer triplo-negativo (1). 

Quando o vento bate, os pequenos tambores balançam. Então, ouve-se música entre o céu e a terra.

Entre o céu e a terra, ouve-se a música dos tamboris a soar pela passagem do tempo. Miriam, a irmã que salvou Moisés; a irmã racista que perseguiu Zípora, a esposa de Moisés; usou um tamboril para louvar a Deus após o Mar Vermelho se abrir. O Senhor se alegrou com a música de louvor; O Senhor se irou contra o ruído do racismo cruel dessa mulher religiosa. Miriam foi punida com a doença branca da lepra. Aquela que quis isolar acabou em isolamento. “Cessa o folguedo dos tamboris, acaba o ruído dos que exultam, e cessa a alegria da harpa” (Isaías 24:8). Não há música quando há racismo. O pecado racial é grave aos olhos do Pai.

Na nomenclatura de árvores e pássaros, a ciência faz coro ao reproduzir nomes populares racistas. Não deveria. A árvore de timbó (Enterolobium contortisiliquum) tem muitos nomes populares, entre eles chimbó, tamboril, orelha-de-macaco, orelha-de-negro, orelha-de-preto. A literatura botânica precisa ser revista em respeito ao humano.

Somos irmãos, criados por Deus, a despeito do lugar do mundo em que moramos e das nossas diferenças étnicas. Na Bíblia, não existe espaço para xenofobia, como bem disse Salomão ao abrir as portas do templo para os estrangeiros. Na Bíblia, há repúdio pelo pecado do racismo, da xenofobia. Haverá um juízo final contra crimes de perseguição étnica. O barulho dos tamboris ou alaúdes daqueles que desprezam o próximo terá um fim. “E harpas e alaúdes, tamboris e gaitas, e vinho há nos seus banquetes; e não olham para a obra do Senhor, nem consideram as obras das suas mãos” (Isaías 5:12).

O mundo foi crido por Deus em seis dias. O sétimo dia, o sábado, Deus santificou. O pecado entrou no mundo por meio de Lúcifer, o anjo caído ao qual nossos primeiros pais ouviram. “Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônia, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados” (Ezequiel 28:13).

Deus enviou seu filho Jesus para morrer na cruz, no madeiro de árvores. Todo aquele que confessa verdadeiramente, sem justificativas ou desculpas, o pecado que cometeu – inclusive o grave pecado de racismo – diante de Deus e dos homens, receberá o perdão. Mas sem confissão não há como salvar. Haverá, em breve, um juízo. Cristo vai voltar e a breve história da Terra chegará ao fim. “E a cada pancada do bordão do juízo que o Senhor lhe der, haverá tamboris e harpas; e com combates de agitação combaterá contra eles” (Isaías 30:32).

Então, finalmente, estaremos livres. Aqueles que estão sendo perseguidos por crimes de racismo, aqueles que estão sofrendo em um mundo de pecado, escutarão uma nova música. “Ainda te edificarei, e serás edificada, ó virgem de Israel! Ainda serás adornada com os teus tamboris, e sairás nas danças dos que se alegram” (Jeremias 31:4).

A natureza ficará livre da maldição do pecado. Não é o discurso holístico panteísta ambiental que considera a árvore minha irmã e dá a ela status de pessoa na legislação - construído entre cientistas, intelectuais, políticos e líderes religiosos do mundo inclinados ao domingo santo - que salvará a natureza da mão pesada do homem. Pelo contrário. “Este Jesus é ‘a pedra que foi rejeitada por vós, os construtores, a qual foi posta como pedra angular’. E, portanto, não há salvação em nenhum outro ente, pois, em todo universo não há nenhum outro Nome dado aos seres humanos pelo qual devamos ser salvos!” (Atos 4: 11, 12).

O grande dia do Senhor está às portas. Eu cresci ouvindo a mensagem solene sobre a volta de Jesus. Vejo esse tempo se aproximando rapidamente.

“Graças te damos, Senhor Deus todo-poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e começaste a reinar. As nações se iraram; e chegou a tua ira. Chegou o tempo de julgares os mortos e de recompensares os teus servos, os profetas, os teus santos e os que temem o teu nome, tanto pequenos como grandes, e de destruir os que destroem a terra. Então foi aberto o santuário de Deus no céu, e ali foi vista a arca da sua aliança. Houve relâmpagos, vozes, trovões, um terremoto e um grande temporal de granizo” (Apocalipse 11:17-19). Na arca da aliança estão os Dez Mandamentos, desde o primeiro até o quarto; desde o quarto até o décimo. Sábado santo.

A Terra vive seus momentos finais. Os sons que ouvimos em todo o mundo formam uma percussão inédita e triste com crimes contra a natureza e violação da dignidade humana. Por outro lado, nossa redenção se aproxima. Você crê? A posição que você tomar será como ruído ou música de um tamboril.



1. UNIFESP. Substância de planta inibe progressão de um câncer de mama agressivo Disponível em:<https://www.unifesp.br/campus/sao/noticias/936-substancia-de-planta-inibe-progressao-de-um-cancer-de-mama-agressivo> Acesso em: 21 de agosto de 2020.






Logo ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, a qual anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus. 


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